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Transtorno do Espectro Autista

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser mais corriqueiro em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida. A maioria das pessoas responde melhor a intervenções comportamentais altamente estruturadas.

Os transtornos do espectro autista (TEAs) são transtornos do neurodesenvolvimento.

 As manifestações do TEAs variam amplamente em tipo e gravidade. Anteriormente, os TEAs eram classificados como Autismo Clássico, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett,Ttranstorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Generalizado do Desenvolvimento Não Especificado. Contudo, os médicos atualmente não usam essa terminologia e consideram todos esses como TEAs (exceto para a síndrome de Rett, que é um distúrbio genético distinto). Os TEAs são diferentes da deficiência intelectual, ainda que muitas crianças com TEAs tenham ambas as coisas. O sistema de classificação enfatiza que, dentro desse amplo espectro, diferentes características podem ocorrer de maneira mais ou menos intensa em um dado indivíduo.

O número estimado de pessoas identificadas com Transtorno do Espectro Autista continua a aumentar, ocorrem em cerca de uma em cada 68 pessoas com base em estatísticas populacionais recentes, e são quatro vezes mais comuns entre meninos do que entre meninas.

As causas específicas dos Transtornos do Espectro Autista não são completamente compreendidas, embora elas frequentemente estejam relacionadas a fatores genéticos. No caso de pais com um filho com um TEA, o risco de ter outro filho com um TEA é 50 a 100 vezes maior. Diversas anomalias genéticas, como a síndrome do X frágil e o complexo da esclerose tuberosa e a síndrome de Down, podem estar associados a um TEA. Infecções pré-natais, como infecções virais como a rubéola ou o citomegalovírus, também podem ter alguma participação. No entanto, está claro que os TEAs não são causados por má educação, condições adversas da infância ou por vacinação.

Nem todos os sinais precisam estar presentes para um diagnóstico de TEA. Os sinais podem variar amplamente em sua gravidade.

 

As crianças com transtorno do espectro autista desenvolvem sinais nas seguintes áreas:

 

Dificuldades nas comunicações sociais e na interação social

  • Dificuldade para interagir com terceiros e compartilhar pensamentos e sentimentos;
  • Dificuldades com a comunicação não verbal (como fazer contato visual, compreender e usar linguagem corporal e expressões faciais);
  • Dificuldades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos interpessoais.
 

Padrões de comportamento, atividades e/ou interesses restritos e repetitivos:

Movimentos ou fala repetitiva, aderência inflexível a rotinas e resistência a mudanças, interesses muito restritos e intensos, resposta a sensações físicas, tais como gostos, cheiros e texturas, muito aumentada ou diminuída.

  Com frequência, os bebês com um TEA se aninham e fazem contato visual de formas atípicas. As crianças mais velhas muitas vezes preferem brincar sozinhas e não estabelecem relações pessoais íntimas, especialmente fora da família. Quando interagem com outras crianças, podem não fazer contato visual nem usar expressões faciais para estabelecer contato social e têm dificuldade de interpretar o humor e as expressões dos outros. Elas podem ter dificuldade para saber como e quando falar em uma conversa e dificuldade em reconhecer falas impróprias ou causadoras de mágoa. Esses fatores podem fazer com que os outros as vejam como estranhas ou excêntricas, o que leva a isolamento social.

 

Linguagem

As crianças afetadas mais gravemente tem dificuldades em aprendem a falar. Aquelas que o fazem aprendem muito mais tarde do que o esperado e utilizam as palavras de forma atípica. Elas frequentemente repetem palavras ditas a elas (ecolalia), usam falas memorizadas em vez de linguagem mais espontânea ou invertem o uso normal dos pronomes, especialmente usando você em vez de eu ou mim quando se referem a elas mesmas. Sua conversa pode não ser interativa e, quando presente, é usada mais para rotular ou solicitar do que para compartilhar ideias ou sentimentos.

Com frequência, as pessoas com Transtorno do Espectro Autista são muito resistentes a mudanças, tais como novos alimentos, brinquedos, organização dos móveis e roupas. Elas podem ficar excessivamente apegadas a objetos inanimados específicos. Elas com frequência fazem coisas repetidamente. Crianças mais novas e/ou mais gravemente afetadas com frequência repetem certos atos, tais como se balançar, agitar as mãos ou girar objetos. Algumas podem se ferir por meio de comportamentos repetitivos como bater a cabeça ou se morder. As pessoas menos gravemente afetadas podem assistir aos mesmos vídeos múltiplas vezes ou insistir em comer a mesma comida em todas as refeições. Frequentemente, as pessoas com um TEA têm interesses muito especializados e com frequência, incomuns. Uma criança pode, por exemplo, se interessar por aspiradores de pó.

  As pessoas com um transtorno do espectro autista frequentemente reagem de maneira excessiva ou deficitária às sensações. Elas podem sentir repulsa extrema a certos odores, gostos ou texturas ou reagir a sensações de dor, calor ou frio de maneiras incomuns que outras pessoas consideram perturbadoras. Elas podem ignorar alguns sons e ser extremamente sensíveis a outros.

 

Inteligência

Muitas pessoas com TEA podem ter algum grau de deficiência intelectual. Elas em geral se saem melhor em testes de habilidades motoras e espaciais do que em testes verbais. Algumas pessoas com TEA têm capacidades idiossincráticas ou “fragmentadas”, como a aptidão para realizar mentalmente operações complexas de cálculo ou habilidades musicais avançadas. Infelizmente, essas pessoas com frequência não conseguem usar essas habilidades de maneira produtiva ou que levam a interações sociais.

 

Diagnóstico

Avaliação de um médico

  O diagnóstico de um transtorno do espectro autista é feito mediante observação cuidadosa da criança em uma sala de jogos e mediante cuidadoso questionamento dos pais e professores. Testes padronizados, como o Questionário de Comunicação Social e a Lista de Verificação Modificada para o Autismo em Bebês (Social Communication Questionnaire and the Modified Checklist for Autism in Toddlers, M-CHAT-R) podem ajudar a identificar crianças que precisam de testes mais aprofundados. Psicólogos e outros especialistas podem usar os Cronogramas de observação para o diagnóstico de autismo (Autism Diagnostic Observation Schedules) e outras ferramentas. Além dos testes padronizados, os médicos devem realizar determinados exames de sangue ou genéticos para detectar distúrbios de saúde tratáveis ou hereditários primários, como distúrbios metabólicos hereditários e a síndrome do cromossomo X frágil.

 

Acompanhamento

  • Terapia comportamental;
  • Fonoaudiologia;
  • Os sintomas dos transtornos do espectro autista normalmente persistem durante toda a vida. O prognóstico é fortemente influenciado pela quantidade de linguagem utilizável que a criança adquiriu até a idade escolar;
  • Crianças com TEAs com frequência se beneficiam de técnicas intensivas de modificação do comportamento. Elas obtêm benefício de terapias com o objetivo de desenvolver as habilidades sociais. Educação especial individualizada é essencial e com frequência inclui terapias da fala, ocupacional, física e comportamental dentro de um programa elaborado para o tratamento de crianças com TEA.
 

Embora alguns pais tentem dietas especiais, terapias gastrointestinais ou terapias imunológicas, não existem atualmente evidências concretas de que alguma dessas terapias ajude crianças com um Transtorno do Espectro Autista. A eficácia de outras terapias complementares, tais como comunicação facilitada, terapia quelante, treinamento de integração auditiva, terapia com oxigênio hiperbárico, ainda não foi comprovada. Ao considerar tais tratamentos, as famílias devem consultar o pediatra da criança no que se refere a riscos e benefícios.

 


*As informações e sugestões contidas neste site tem caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamento de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.